A Cana-de-Açúcar

 

A Coroa portuguesa não dispunha de recursos suficientes para uma exploração mais aprofundada do território descoberto. O regime de capitanias, que obrigava seus donatários a promover o desbravamento das terras interiores, só excepcionalmente correspondeu a esse fim. Mas serviu para promover a fixação do colonizador à terra descoberta ao nela se desenvolver a prática da agricultura, mormente com o cultivo da cana-de-açúcar, cujo rendimento começava a ser mais importante do que o auferido com a exportação do pau-brasil. O beneficiamento da cana-de-açúcar colocou os portugueses em posição privilegiada no suprimento do produto, a ponto mesmo de quebrar o monopólio dos venezianos, que até então eram os grandes fornecedores, principalmente a Flandres, que o distribuía aos demais países europeus. Com a união das coroas de Portugal e Espanha, os flamengos, já possuidores de tecnologia e recursos para a ampla comercialização do produto, aproveitando-se da fragilidade portuguesa, invadem, em 1630, as capitanias do nordeste brasileiro, passando a dominar assim todo o ciclo da economia açucareira.

 

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