Período Democrático

 

Com o fim da II Guerra Mundial e a deposição de Vargas, o país entra em um período de estabilidade democrática que se prolongará por quase 20 anos. O governo de Marechal Dutra (1946-1951), candidato apoiado por Getúlio, vai promover a realização de obras importantes para os fundamentos de nossa infra-estrutura, graças aos saldos de divisas acumulados durante a guerra. No entanto, os grandes dispêndios decorrentes desses empreendimentos, somados a uma política de importação indiscriminada de bens supérfluos, levarão o país a enfrentar novas dificuldades cambiais. Como medida saneadora, institui-se, em 1948, o sistema de licenciamento prévio das importações, favorecendo, dessa forma, os produtores internos. 

 

2 cruzeiros, Tesouro Nacional, 2ª estampa, 1955

 

Em 1950, Getúlio Vargas volta novamente ao poder, eleito Presidente da República, e imprime uma diretriz econômica nacionalista ao governo, preocupado com a industrialização e o controle dos recursos naturais, como petróleo, manganês, ferro e carvão; mas o recrudescimento da crise política leva o Presidente a suicidar-se em 1945, não se verificando entretanto a interrupção da trajetória do crescimento econômico. 

 

Com a ascensão de Juscelino Kubitschek, uma política econômica mais flexível será executada, permitindo maior participação do capital estrangeiro, aliada à ação do Estado e da empresa privada nacional. Essa política desenvolvimentista gerou o maior crescimento econômico até então conhecido no país. O Plano de Metas de Kubitschek priorizava investimentos maciços em energia e transporte, além da canalização de recursos para indústrias estratégicas, mas a interiorização da capital do país com a criação de Brasília elevou substancialmente os gastos governamentais, provocando o crescimento acelerado da inflação. 

 

Os governos subseqüentes, ambos de curta duração, restringiram-se ao enfrentamento dos problemas decorrentes da inflação e da dívida externa, bem como da redução dos investimentos estrangeiros. A adoção de uma atitude nacionalista radical, intentada pelo Presidente João Goulart, provocou envolvimentos políticos que culminaram com sua deposição do poder em 1964 por um golpe de Estado. 

 

5 cruzeiros, bronze-alumínio, 1942

 

O padrão monetário – o cruzeiro, criado em 1942 – permanece inalterado nesse período. A partir de 1948, inicia-se a emissão da 2ª estampa das cédulas do Tesouro Nacional, agora impressas na Inglaterra pela Thomas de la Rue & Co. Ltd., em cores diversas das anteriormente estampadas pela American Bank Note Company. Deixaram de ser impressas as notas de 1 cruzeiro. 

 

A partir de 1945, o Banco do Brasil passa a dividir com a recém-criada Superintendência da Moeda e do Crédito – SUMOC as funções de autoridade monetária nacional; suas atividades conjugadas equivaliam às de um banco central. 

 

Quanto às moedas, em 1956, as divisionárias de bronze-alumínio de 2 e 1 cruzeiros e 50 centavos sofreram reduções de módulo (diâmetro) e passaram a estampar as armas da República. A elevação extraordinária do preço dos metais à época leva em seguida o governo a empregar apenas o alumínio na fabricação dessas moedas e bem assim nas de 20 e 10 centavos. Em 1962, a cunhagem de centavos foi suspensa e, em 1964, finalmente extinta. 

 

Em 1961, a Casa da Moeda do Brasil, num projeto inteiramente desenvolvido e executado no país, na tentativa de nacionalizar a produção de nosso papel-moeda, lança a nota de 5 cruzeiros, que ficou popularmente conhecida como a cédula do índio, por trazer em um dos lados o perfil de um aborígine e, no outro, uma reprodução da vitória-régia. Em 1962, o crescimento da inflação determinou o lançamento da cédula de 5.000 cruzeiros.

 

 

 

Fonte: http://www.bb.com.br/portalbb/page3,8703,8714,1,0,1,6.bb?codigoMenu=4686&codigoNoticia=5548&codigoRet=4695&bread=5